Pela manhã, depois de uma noite de prazeres proibidos com sua amada vampira Frieda, George estava preocupado em esconder o corpo do jovem camponês e pensava: - Tenho de esconder em um lugar aonde ninguém vá!
Enquanto isso, Frieda tomava um delicioso banho de espuma na tina de madeira do quarto e Sabine fazia seu serviço de criada absolutamente quieta.
Logo o britânico se vestiu com o uniforme da Irmandade e pegou o corpo do jovem de dentro do armário, enrolando-o bem em um dos seus lençóis brancos para desová-lo no local mais distante que pudesse encontrar na floresta.
Saindo duas horas mais cedo que de costume, foi em direção à floresta por um atalho que se localizava atrás de sua casa e andou o mais distante possível que conseguiu, levando aproximadamente uma hora para chegar aonde queria: - Aqui está ótimo, afinal ninguém costuma ir nestes lados!
Enquanto isso, a Irmandade, Anton e Maria estavam chegando ao castelo, depois de horas de uma subida iniciada no vilarejo às quatro horas da manhã, quando Lauzun falou ao professor: - Engraçado como nunca reparamos que você é um feiticeiro, não tem jeito de ser um.
- Não tenho, mas sou. Existem dois lados para os bruxos: o bem ou as trevas e os Hoffer optaram pelo bem, o que despertou ódio em alguns bruxos das trevas que até hoje nos querem mortos - disse Anton relembrando a conversa que tinha tido com a Irmandade no dia anterior.
- Nós pensávamos antes que todos os bruxos eram seres ruins, porém se não fosse você, nós teríamos permitido a morte de Maria na fogueira e possibilitado a fuga daquele maldito conde com aquela porca, então concluímos que nem todos mexem com as trevas - falou Ártemis sorrindo e carregando sua espingarda.
- É verdade, embora tenhamos que apelar às trevas algumas vezes quando precisamos nos defender - disse Anton deixando alguns irmãos consideravelmente assustados e observando com uma luneta o mato à frente.
- Encontrou alguma coisa? - perguntou um irmão, ainda espantado com a resposta de Anton.
- Alguma coisa enrolada em um pano longo - respondeu Anton, apontando um ponto na floresta onde havia uma grande rocha.
Eles foram ao lugar onde Anton apontara e encontraram um cadáver feminino em estado considerável de putrefação.
Harold analisou o corpo e disse: - Ela tomou uma facada diretamente no peito, o conde perfurou bem aqui - apontando o peito do cadáver.
- Tem um detalhe que não entendi, não ainda embora você tenha explicado: como foi que o sangue dela foi parar no corpo da condessa Mircalla? - perguntou o irmão Lauzun.
- A cripta dos Karnsteins fica bem embaixo do altar onde provavelmente ela deve ter estado amarrada, o que se pode ver pelas marcas de corda nos pulsos - disse Harold apontando a parte da morta.
- Francamente Harold, você daria um grande investigador se não morasse aqui e, além do mais, como você conhece tão bem o castelo? - falou um irmão impressionado com a capacidade dedutiva do holandês Harold e tentando entender a conclusão dele, especialmente a parte do castelo.
- Agradeço. Irmão, eu fui lá por conta dos meus estudos de arquitetura quando eu era muito jovem, por isso conheço tão bem o local. Eu posso estar mais velho, mas minha memória ainda não falha - respondeu Harold, novamente explicando sua conclusão.
Todos se olharam em burburinho verbal, mas logo foram interrompidos por um irmão de nome Wilhelm, que falou de modo triste:
- Encontrei outro cadáver feminino, dessa vez escondida em umas moitas perto do barranco.
O lamento tomou conta de todos e eles foram até o lugar que o irmão apontava, encontrando a pobre camponesa Gerta em um também considerável estado de putrefação.
- Meu Deus, este cheira pior que o outro! Pelo menos a outra infeliz estava em um lençol, esta aqui foi deixada à própria sorte! - falou o irmão Lauzun pondo a mão no nariz.
- Fique quieto, se você não quer ajudar pelo menos não atrapalhe! - exclamou Wilhelm.
- Vamos parar de brigar e me ajudem a recolher o corpo - falou Ártemis calmamente em seguida continuando: - Vamos fazer o seguinte pessoal: metade de vocês volta ao vilarejo para encomendar os corpos e o resto fica para continuar rumo ao castelo, ainda falta caminho a ser andado. Também, procurem o senhor Witcherwell para que ele ajude vocês nesse detalhe.
Mas antes que o combinado fosse feito, Harold olhou o corpo de Greta e disse: - Parece que não foi apenas o conde que fez isso, alguém mais andou cravando os dentes nela, só que foi num local meio inusitado, o seio.
Todos se olharam, se perguntando quem poderia ter sido, quando Harold respondeu: - Quando alguém é corrompido por um vampiro, gosta principalmente do pecado carnal, seja ele com homem ou mulher e se não me engano, a única pessoa que poderia ter feito essa marca no seio de Gerta era Frieda.
Maria e Anton se olharam tristemente e os irmãos ficaram apavorados, mas nada disseram, fazendo o que tinha sido combinado ao mesmo tempo em que George, já em sua casa depois de passar na igreja e ver que não tinha ninguém, tinha acabado de escrever o sermão que seria dito na igreja na celebração do domingo enquanto Frieda dormia um pouco.
Depois de ficar alguns minutos descansando, George, em passos rápidos, subiu até seu quarto e mexendo em seu armário, encontrou o diário, onde relatava cuidadosamente cada jovem queimada pela Irmandade, e de repente, sua voz forte e grossa explodiu em uma risada alta e feliz:
- Enfim, tenho quase tudo o que preciso para finalmente me vingar de anos de repressão e humilhação por aquele bando desgraçado! Uma deusa, meu diário e mais uma coisa de que ainda preciso, o diário de Gustav, mas o pego facilmente passando uma conversa na bruxa da Katherine Marianne!
Chegando à casa de Katy alguns minutos após sair da sua, bateu afavelmente à porta e foi recebido por uma Katy ainda muito triste: - Olá senhor Witcherwell, como está?
- Estou ainda bastante triste com o falecimento de Gustav, mas aos poucos me recupero - respondeu George mentindo, pois na verdade estava muito feliz com a morte dele.
- Imagino, ele era um bom homem, não merecia ter morrido daquela maneira - disse ela chorando.
- Sim, sim minha senhora, verdade isso - disse ele com falsidade e pensando ao mesmo tempo: - Um bom homem?! Essa mulher só pode ser louca ou algo parecido!
- O que o senhor deseja com a visita?- perguntou Katy.
- Preciso do diário de seu marido. Eu sei que deve achar estranho que eu peça algo tão inesperado, mas é uma questão de vida ou morte, por favor, me ouça - disse George quase implorando.
- Meu Deus, o que pode ser tão terrível questão?! - perguntou Katy com espanto.
- Alguém pode querer este diário para colocar a Irmandade na forca, então eu preciso queimá-lo! - exclamou George mentindo.
- Mas porque alguém ia querer colocar eles na forca, por Deus! - exclamou Katy apavorada.
- O que você acha? Muita gente rica desta região não gosta de nós, então, usariam a influência para nos prender e matar - disse George, percebendo que seu plano recém planejado estava prestes a dar de cara uma grande guinada.
- Mas o único aristocrata daqui era o porco do Conde Karnstein, mas ele está morto, então, quem mais faria isso? - perguntou Katy com ar de desconfiança.
- Ele tem muitos amigos nobres que moram a alguns quilômetros daqui e como a senhora sabe, notícias ruins voam como vento, então, quando eles souberem da morte do conde, se é que já não sabem, a Irmandade ficará, ou já está, em péssimos lençóis - disse George com muita convicção, desejando mais que tudo pôr eles nessa situação.
- Mas como eles poderiam pegar o diário do meu marido comigo por perto? - perguntou Katy em dúvida.
- Mandariam os capangas invadirem sua casa depois de espionar por um tempo - respondeu George à queima roupa.
Katy ficou extremamente apavorada com aquilo e disse para George esperar uns minutos, pois procuraria o diário e entregaria a ele. George comemorou mentalmente o sucesso da primeira parte do plano, agora era inventar alguma coisa para conseguir partir para Viena com sua deusa Frieda, no caso sem que ninguém a percebesse.
Logo em seguida, Katy desceu com o diário e o entregou na mão do britânico dizendo quase implorando: - Por favor, queime esta coisa maldita antes que os problemas cheguem!
- Claro minha boa senhora, eu salvarei a vida dos irmãos - disse ele pondo a mão no cabelo de Katy e sorrindo com afabilidade.
Em seguida, George saiu com o diário escondido na roupa em direção à sua casa para concluir a primeira parte do sórdido plano. Ao chegar, viu Frieda sentada à mesa e perguntou: - Minha diabinha gostosa, já está acordada e me esperando há quanto tempo?
- A mais de uma hora, desde que você saiu - respondeu ela mostrando as pernas cruzadas debaixo da camisola branca e longa.
- Consegui algo que vai tirar a Irmandade do nosso caminho! - exclamou ele tirando o livro de capa dura preto da roupa e mostrando ele a Frieda.
Ela levantou-se, correu até ele, cobrindo-o de beijos e deixando sua camisola cair ao chão, demonstrando exatamente o que queria.
George se tornava um verdadeiro animal quando estava com ela na cama, Frieda conseguia deixá-lo nas nuvens, como ele nunca tinha ficado com mulher alguma antes dela, era totalmente apaixonado por aquela vampira que estava envolta no seu corpo e eles praticavam atos infames longe dos olhos da Irmandade e do resto do vilarejo.
Ao mesmo tempo, a Irmandade procurava os cadáveres da família Karnstein no castelo para atravessar estacas em seus corações e evitar que eles se levantassem de seus túmulos para causar terror, já que isso era a única coisa que eles sabiam fazer e gostavam.
Todos estavam com cruzes nos pescoços e com elas desenhadas nas costas das roupas com tinta, esta idéia sendo de Anton, para evitar que os vampiros os atacassem por trás casos houvesse mais deles ali, mas eles tinham certeza que só havia Mircalla por ali, mesmo assim, cuidavam-se para evitar problemas.
- Acho que encontrei a morta! - berrou Harold.
- Ninguém aqui é surdo seu besta! - exclamou Wilhelm que fazia sinal para eles descerem em direção onde Harold estava.
Ao chegarem à cripta, viram 10 espingardas apontadas na cabeça de Harold empunhadas por um bando cigano que guardava o local, ordenado pelo falecido conde Karnstein e que cumpriam ordens mesmo com patrão morto.
- Merda, eu não acredito que isso está acontecendo justamente na hora em que íamos conseguir! - exclamou Hufflepuff.
- Olha a palavra feia, ô cabeça de bagre! - exclamou um irmão cutucando Hufflepuff.
- Soltem as armas se não quiserem o amigo de vocês morto! - exclamou um deles apontando a arma na direção dos irmãos.
Com um movimento extremamente rápido, Anton sacou uma varinha mágica de pena dourada de fênix do bolso e exclamou na direção dos ciganos: - Petrificus Totalus!
Em menos de segundos, os ciganos estavam paralisados como pedras enquanto o irmão Harold tentava desfazer-se das amarras que o prendiam.
Dois foram ajudar o holandês enquanto os outros olhavam Hoffer absolutamente impressionados com o que tinham visto antes e Lauzun perguntou: - Como foi que você fez isso?!
- Foi o único modo que eu encontrei de evitar que eles nos impedissem de fazer o que queremos - disse Anton pedindo ajuda aos irmãos para desarmar os ciganos.
Todos lhe deram razão enquanto empunhavam as armas e pediam para Anton fazer os ciganos voltarem ao normal.
Ele fez o que lhe pediram: - Finite Incantatem! - e eles voltaram a se mexer, sendo obrigados a ficarem quietos se não quisessem levar um tiro e foram amarrados para que não pudessem atrapalhar as buscas da Irmandade pelo corpo da condessa Mircalla.
Logo eles seguiram a orientação do holandês Harold e foram para a esquerda, onde estava o ataúde de pedra em que jazia o corpo da infame vampira. Ao se aproximarem, viram que o corpo dela estava enrolado em um lençol de cetim que parecia ser bem mais novo do que a mortalha jogada ao lado e prepararam a estaca e o machado quando de repente, ouviram uma série de grunhidos.
Ao se virarem, viram um grupo de 10 criaturas vampíricas que pareciam ser os Karnsteins e ficaram apavorados, já que eles imaginavam só haver Mircalla no local; um deles perguntou: - Como vamos pegar toda essa gente?! Juntos eles têm a força de 1000 homens! - enquanto os vampiros se aproximavam com suas presas à mostra.
- Cubram os olhos porque esse feitiço é muito perigoso - disse Anton apontando a varinha mágica ainda em punho enquanto olhava fixamente as criaturas que chegavam perto em passos macios e delas se aproximava.
Todos fizeram o que ele pediu e de repente, ele deu um grito que ecoou pelos quatro cantos do castelo: - Avada Kedrava! - enquanto fazia um giro de quase meio círculo com a mão dois metros à frente dos irmãos.
Durante alguns minutos, um silêncio tomou conta de todos, os irmãos e Maria ainda com os olhos tapados e Anton suspirando depois de ter gritado o chamado “Feitiço do Assassinato”.
Ao destaparem os olhos, os irmãos ficaram apavorados ao ver metade dos vampiros, que antes eram belos e perigosos, virados em um amontoado de ossos e roupas pelo chão daquela grande cripta subterrânea, enquanto a outra não acreditava no que via e não se mexia.
Por um tempo, os grupos antagonistas se encararam até que um dos vampiros quis pular em cima de Anton e foi repelido pela cruz que o irmão Harold carregava: - Afaste-se dele seu demônio encarquilhado!
Um grito de dor foi ouvido por todos: a estaca empunhada por Klemens havia sido atravessada no corpo da condessa Mircalla, deixando os vampiros furiosos, que partiram para cima dos que estavam em sua frente e se queimaram com os símbolos sagrados ostentados pelos seis irmãos e Anton, sendo automaticamente cercados pela maioria do resto, que com muita habilidade os decapitaram sem dó nem piedade.
Reunindo os esqueletos, as cabeças, os corpos e a condessa Mircalla já decapitada, eles foram queimados em uma grande fogueira armada pela Irmandade, que depois de três horas e cinqüenta minutos espalhou as cinzas com o vento do fim de tarde, horas depois de uma incansável procura em favor do bem estar do vilarejo.
- Finalmente tudo acabou, achei que nunca mais fosse dormir em paz - disse Hufllepuff com grande alívio na voz.
- E muito disso se deve ao Anton, que nos poupou um considerável trabalho na hora de matar aqueles demônios - disse Wilhem dando um grande abraço no professor bruxo.
Todos comemoraram a pleno, cantando durante todo o trajeto de volta ao vilarejo: - Anton é um bom companheiro, Anton é um bom companheiro, ninguém pode negar, ninguém pode negar!
O bruxo, montado em um cavalo ao lado de sua amada Maria, por quem havia se apaixonado logo depois de toda a tragédia e a quem planejava pedir em casamento dali a uma semana, suspirava aliviado e muito feliz porque finalmente viveria em paz, porém sentia muitas saudades de sua irmã Ingrid, que tinha sido assassinada por Frieda.
Porém, ninguém ali imaginava que uma vampira e um membro da Irmandade planejavam uma sórdida, cruel e terrível vingança.
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