quinta-feira, 9 de abril de 2009

Frieda, a Vampira - Volume 1: A nobreza despida (1814 - 1854) - Capítulo 6: Vaso ruim não quebra

Vila bruxa-trouxa de Karnstein, que logo mudaria seu nome se dependesse dos humanos sem poderes, feiticeiros, elfos e outras criaturas mágicas, um homem observa o cada vez mais crescente avanço daquele local ao mesmo tempo em que está pensando na tarefa que fora incumbido de fazer, na verdade obrigado a. Da janela de seu escritório, um advogado bruxo olhava o movimento do lado de fora enquanto descansa de seu árduo trabalho de organizar papéis e processos, quando seu criado adentrou o recinto e perguntou: - Deseja algo Dr. Raven?
- Um copo de água, por favor, eu preciso pensar em como farei o que me mandaram fazer - respondeu o advogado.
- O senhor sabe que será perigoso - disse o criado.
- Sim, eu sei, mas há muitas coisas em jogo nesse caso e com elas não posso me dar ao luxo de correr riscos - falou Raven olhando um ponto distante no horizonte.
Os dois se calaram daquele assunto oculto enquanto o resto do vilarejo trabalhava arduamente para crescer e um dia tornar-se uma bela cidade.
Maria e Anton fiscalizavam o trabalho e o incentivavam com palavras positivas ao mesmo tempo em que namoravam apaixonadamente, ansiosos pelo dia em que finalmente seriam uma só carne, um só coração e um só corpo.
Enquanto isso, Branca costurava roupas para os pobres sob o olhar reprovador da mãe Loretta, uma sonserina nata que achava que ajudar os humanos sem poderes era coisa de sangues ruins, o que constantemente causava brigas entre as duas. Desde os 17 anos, Branca não se dava bem com a mãe devido ao fato de ter se convertido ao catolicismo, religião considerada pelos sonserinos como grande idiotice e aquilo a incomodava profundamente.
A bela florentina não parava de pensar no holandês Harold, pois estava apaixonada por ele, porém, contar aquilo para a mãe seria impossível, pois Loretta nunca aprovaria o casamento dela com um trouxa, ainda mais se ele fosse líder da Irmandade.
Harold, enquanto trabalhava na construção da indústria bruxa, também não parava de pensar em Branca, por quem estava muito apaixonado, imaginando o dia em que eles se casariam.
Simultaneamente, Dr. Raven planejava cuidadosamente, ao lado do criado, o trabalho que tinham encomendado a ele, algo complicado, que certamente não poderia ser descoberto sob o risco dele e Bernard serem presos e quem sabe mortos ou exilados, já que aquilo seria considerado um crime hediondo.
Olhando o embrulho que o mandante do serviço havia lhe dado na Prússia, o advogado pensava em como encontraria o destino do conteúdo daquilo que estava em suas mãos, já que o lugar onde ele tinha de ir era grande.
Em Viena, Frieda dormia profundamente e sonhava com o Conde Karnstein, que havia morrido de forma tão cruel e, ao ver a estaca atravessando o coração de seu amado, acordou gritando e chorando, lamentando a sorte daquele que fora seu primeiro homem, aquele que a fizera sentir prazer pela primeira vez, beijando seus lábios e seu corpo, tocando-o com carinho e lascívia, deixando-a louca e pedindo por mais, bem mais, uma vez mais ela queria poder sentir aquela sensação deliciosa e louca que sentira com ele.
De repente, a raiva tomou conta dela, fazendo-a jogar os travesseiros para os lados e um vaso em direção à parede, chamando a atenção do criado Tutchenko, que fora correndo ao quarto da patroa, que chorava raivosa e abraçada a um dos travesseiros:
- Malditos religiosos da Irmandade, eu quero que vocês todos morram pendurados na ponta de uma corda, desgraçados! Mas quero me vingar principalmente de você Anton Hoffer, professorzinho bruxo desgraçado, maldito, foi você quem atirou aquela estaca no meu amor ajudando aqueles malditos a vencerem e salvando aquela imbecil filha da puta da Maria! Vocês dois deveriam estar mortos!
- Minha bela patroa, o que se passa contigo?! Está molhada de pranto! - exclamou o siberiano com espanto.
Frieda desabafou o que sentia com o criado, já que George não se encontrava em casa e Lucrecia estava fazendo bordados no jardim, bem longe de onde ficava seu quarto.
- Oh senhora, eu sinto tanto, porém, não posso ajudar muito, mas lhe ofereço meu ombro amigo para poder chorar - falou o siberiano acariciando o rosto de sua patroa.
A vampira chorava no ombro de seu fiel criado até que, depois de alguns minutos, o siberiano e ela trocaram beijos repletos de desejo, deitando-se na cama e fazendo sexo como se Frieda fosse totalmente descompromissada e prostituta.
Ela sentia uma imensa lascívia nos braços daquele russo musculoso, ele fazia exatamente tudo o que ela queria, deixando-a enlouquecida de tanto prazer. Ele a beijava inteira e a fazia beijá-lo inteiro também, enlouquecendo de prazer ao sentir os lábios daquela vampira diabólica.
Frieda achava-o bonito apesar da enorme cicatriz no rosto do siberiano, pois aquela marca era tão clara que quase não aparecia, de longe ninguém notava, mas era percebida quando vista de perto, mas apesar disso, Tutchenko ainda era lindo para ela e o homem mais delicioso que ela tinha conhecido intimamente depois de Karnstein e George.
A vampira sabia que tinha cometido adultério, porém não se importava, porque quem ela amara antes e ainda amava morrera de uma maneira cruel e covarde na visão dela, mas ela não podia negar que também sentia algo por George, o responsável por ela ter conseguido fugir do vilarejo e por tudo o que ela tinha agora: roupas caras, chapéus, jóias de valor inestimável, uma luxuosa casa, criados submissos a ela, em suma: vida de rainha.
Ela ria abraçada a Tutchenko enquanto imaginava a Irmandade, Anton e Maria na forca, balançando mortos sob o ódio da população vienense e do imperador, que com aquilo, mostraria que ninguém podia mais que ele, além de dar gemidos repletos de prazer no ouvido do russo, já o siberiano aproveitava cada segundo e centímetro do corpo magnífico dela, possuindo-a com todo o desejo que um homem possuía uma mulher, no caso de Frieda, uma vampira.
Depois de momentos inesquecíveis de prazer, Tutchenko pegou suas roupas jogadas pelo chão e vestiu-se para sair do quarto, já que George logo voltaria e Frieda tirava os lençóis da cama para mandar lavar, pois não queria que o britânico percebesse que havia sido traído por ela.
Noite na vila bruxa e trouxa, Raven prepara seu cavalo, pronto para ir onde foi mandado, com sua varinha no bolso e armado com uma pistola para o caso de alguma eventualidade. Logo, ele saiu junto com o criado em direção para onde tinha de se deslocar.
- Eu estou a cometer um enorme pecado, será que eu serei perdoado por Ele, que é meu Senhor e meu Deus? - perguntava choroso o advogado enquanto subia a colina a cavalo junto com Bernard.
- O senhor sabe que precisa salvar sua mulher, suas filhas e seu filho, elas estão correndo perigo nas mãos daquele maldito, ele pode matá-los se você não fizer o que ele mandou - respondeu Bernard tão ou mais sentido que o patrão, por quem, secretamente, era muito apaixonado.
- Mas por que ele me escolheu, por quê?! - exclamou Raven se sentindo desiludido com tudo.
- Ele fez isso porque sabe que você faria de tudo para salvar sua família, o que você mais ama, além disso, aquele desgraçado nunca aceitou o fato de Louise ter casado com você, afinal, ela terminou com ele para casar contigo - respondeu o criado olhando para o patrão, que acompanhava desde sempre, já que eles eram amigos desde a infância.
- Meu Deus, eu quero me matar se tiver que cometer essa infâmia! - exclamou Raven apertando as mãos contra as rédeas do cavalo.
- Louise, Elizabeth, Corinna e Arthur precisam do senhor agora mais do que nunca, nem pense em querer se matar! - exclamou apreensivo Bernard.
Depois daquela conversa, os dois, calados, seguiram a cavalo colina acima até que eles avistaram, em sua terrível imponência, o infame castelo Karnstein, que fora cenário dos piores atos já cometidos pela família que dava nome ao castelo: amores contrariados, prazeres devassos e proibidos, assassinatos, cultos e sacrifícios à Satã e tudo o mais de pior que podia se imaginar naquele local tão lúgubre.
Lá chegando, amarraram os cavalos em um tronco e trataram logo de abrir o enorme portão, que tinha sido trancado em definitivo, depois que os vampiros daquela horrível família tinham sido mortos pela Irmandade e Anton Hoffer, para nunca mais ser aberto e impossibilitar qualquer acesso aquele lugar amaldiçoado.
- Este portão foi muito bem trancado, como é que vamos abrir? - perguntou Bernard vendo as fortes correntes e o grande cadeado que prendiam o portão.
- Não se preocupe, um feitiço resolve isso - respondeu Raven em seguida dizendo com a varinha apontada para o cadeado:
- Alorromora!
O cadeado se desprendeu da corrente com a palavra mágica e logo após tirarem as correntes já livres, eles empurraram o portão de ferro e adentraram o sinistro local, muito escuro por conta da noite sem lua e parecia querer engolir Raven e Bernard, cujas mentes estavam concentradas em um único objetivo: evitar que a família do advogado bruxo Christopher Raven fosse eliminada pelo ódio de um feiticeiro das trevas chamado Klaus Wolff, mesmo que para isso eles tivessem que fazer algo que certamente seria considerado crime, quem sabe até podendo custar as vidas de ambos.
Porém, eles sabiam que o sacrifício era válido, pois a esposa e os filhos do doutor em leis estavam aprisionados ninguém sabia aonde pelo maldoso e poderoso bruxo alemão, cujo ódio pelo advogado feiticeiro escocês vinha de anos atrás, por que este lhe roubara Louise, que, quando se apaixonou por Raven, era sua noiva.
- Quer saber doutor? Este lugar não me traz boas impressões, não consigo olhar para ele sem sentir nojo - falou Bernard, cujos olhos corriam pela enorme sala de poucos móveis e muitos quadros.
- Quem não sentiria nojo de pisar neste chão maldito?! Eu sinto e não nego! Quero terminar logo isso para tirar meus pés desse castelo do mal! - exclamou Raven furioso e sem olhar para nada.
Eles procuravam a cripta da família para fazer o que consideravam o mais hediondo dos crimes: ressuscitar os cadáveres da família Karnstein, cuja quantidade eles não sabiam qual era e não importava desde que eles fossem trazidos de volta, podia ser um, dois ou mais, mas nenhum seria o número ideal para o bruxo incumbido de tal tarefa e qualquer número já deixaria Wolff satisfeito.
- Encontrei a cripta! - exclamou Bernard cuja voz ecoou pelo castelo.
- Graças a Deus, já estava cansado de andar por esse lugar, meus pés estão arrasados! - exclamou Christopher dando sinais de cansaço devido às horas de procura da cripta.
A sepultura estava trancada feito o portão antes, o que fez Bernard retirar de dentro do casaco uma marreta para arrombar o cadeado que prendia as correntes. Depois de partir a tranca da porta da sepultura, ele, junto com o patrão, entrou naquele lugar ainda mais horrível que o castelo inteiro.
- Meu Deus, esse jazigo é ainda mais tétrico do que pensei! - disse Christopher com espanto ao ver aquele lugar repleto de diabólicas gárgulas de mármore.
- Eu nem comentarei isso! - falou o criado com igual sentimento que o patrão, porém logo teve que dizer algo que poderia agradar ou não a este devido à situação em que eles se encontravam: - Não há nenhum cadáver nesta cripta, pois se sei, todos deveriam estar sobre as lápides e cobertos, porém não há nada a não ser as camas de mármore!
- Ah meu Deus, isso não estava nos nossos planos! - exclamou Raven desesperado apesar de estar feliz por não haver nenhum morto na sepultura.
- O que ainda não compreendo é o motivo de Klaus ter lhe mandado fazer isso - pensou Bernard.
- Também não entendo, só sei que ele raptou minha família e ameaçou matá-los caso eu não fizesse isso, tanto que ele me deu estes dois frascos de sangue virgem para o trabalho não ter nenhum erro, além do mais, Klaus me falou na maior safadeza que saberia se eu não fizesse o que ele mandou! - gritou Raven olhando para o céu e fazendo mentalmente uma oração por sua família muito amada além de tirar os frascos de dentro de sua maleta.
Os dois pensavam naquilo enquanto andavam pela cripta, quando de repente, Bernard, que estava em uma parte mais ao fundo daquele lugar, pisou em uma pedra solta, caindo em um buraco de quase três metros de profundidade.
Ouvindo o grito de dor de seu criado, o doutor em leis correu até onde ele estava e viu que ele tinha caído em uma passagem oculta, porém Bernard não estava machucado, a dor havia sido causada pelo impacto da batida.
Descendo de modo que não se ferisse, Raven viu, iluminando o local com a tocha, que tinha algo debaixo de um grupo de pedras, através de um pano cuja ponta estava de fora e que pelo visto, parecia ser bem grande além de uma lança que estava com uma parte exposta. Depois de ajudar seu criado e fiel amigo a levantar-se do chão, ambos se aproximaram de onde estava o que o bruxo advogado tinha visto.
- Não acredito, será que isso é o que estamos pensando? Eu prefiro que não seja - falou Christopher olhando aquilo com surpresa.
- Pelo bem de sua família patrão, é melhor que seja, porém temos que tirar todas essas pedras se de fato queremos saber - respondeu o criado não muito feliz com o que teria de fazer.
Raven deu uma bufada furiosa e Bernard começou a tirar as pedras enquanto o patrão descansava um pouco depois da caminhada pelo imenso castelo. Depois de uma hora, o advogado resolveu ajudar seu criado a tirar as pedras, já que elas eram pesadas e o criado homossexual já não era tão novo.
Depois de mais uma hora e dez minutos, eles concluíram o trabalho e viram que havia um cadáver coberto ali; observando bem, Raven lembrou-se de ter ouvido um alegre comentário sobre como ocorrera morte do Conde Karnstein, além de impropérios imensos sobre este, ambos ditos pelo irmão que usava lenço branco e chamava-se Theodore Levine, outro estrangeiro da Irmandade que era um pouco mais velho do que o traidor George Witcherwell.
- Deus, este é o nobre Karnstein! - exclamou Raven ao ver o estado do cadáver depois de descobri-lo e reconhecê-lo.
- Pelo jeito, alguns ciganos que o serviam se aproveitaram da distração dos camponeses enquanto estes acudiam Gustav no dia de sua morte para esconder o corpo do conde em outro lugar, uma jogada das melhores, eu devo dizer - falou Bernard pensativo e apontando o cadáver, além de lembrar as conversas paralelas dos camponeses sobre o assassinato do conde vampiro.
- Mas como eles fizeram isso?! Seria praticamente impossível! - exclamou Raven impressionado.
- Ciganos tem seus métodos de fazerem as coisas, de bobos eles não têm nada, além do mais, a escada é bem alta, o que tornaria isso perfeitamente plausível, já que os camponeses não iriam enxergar completamente o morto - falou Bernard soltando uma risada totalmente imprópria para o momento.
- Nesse aspecto te dou razão, essas pessoas são espertas assim como a maldita que Karnstein vampirizou - disse Christopher se lembrando de vários comentários que ouvira dias atrás.
- Aquela, além de esperta, é uma rameira, afinal, onde já se viu se entregar desse jeito para um homem? - falou o criado como se não tivesse a condição que era considerada uma contradição da natureza.
Raven fez cara de nojo e tratou logo de ir pegar os frascos que haviam ficado do lado de cima. Voltando em seguida com todos nas mãos, ele pediu ajuda a Bernard para pô-los perto de onde estava o corpo do conde já em avançado estado de putrefação.
- Isto aqui cheira a podre, nossa! - falou Christopher tapando o nariz.
O criado nada disse enquanto abria o primeiro frasco e o advogado retirava do peito do cadáver a pontiaguda lança para tornar mais fácil o ritual que tinha de ser feito para trazer de volta à vida o infame e maldito Conde Karnstein.
Depois de deixar o corpo sem a lança, o doutor em leis pegou das mãos de Bernard o frasco de sangue virginal, levantou-o para cima e disse, ainda que hesitante, os satânicos versos:
- Senhor das Trevas, Príncipe do Inferno, ouve o apelo do teu servo. Manda do teu lado negro o poder para cumprir o teu desejo na Terra. Revive este pó para que, a teu serviço, os mortos se unam aos não mortos. Aceita este sacrifício em tua homenagem. Transforma agora este sangue fresco e quente em corpo da tua criação e este espírito inocente no mal - e logo depois, derramou sobre o conde o conteúdo do vidro que o criado abrira.
De repente, raios surgiram no céu e começou uma imensa tempestade, sinal de que a terrível magia estava dando certo, além da luz vermelha que emanava do corpo coberto do Conde Karnstein.
Raven nem quis ver o resto do que acontecia e correu até a janela gritando: - Vou me matar, prefiro morrer a viver com essa hedionda desonra!
Bernard foi mais rápido que o patrão e o segurou para evitar que ele se atirasse penhasco abaixo: - Lembre que sua família precisa de você!
- Quando souberem o que fiz, não vão querer saber mais de mim! Eu já estou desgraçado pelo resto da vida, eu prefiro a morte que viver com todos a meu redor me apontando como criminoso! - exclamou Raven desesperado e tentando se soltar do criado para se atirar pela janela.
- Não se preocupe patrão, quando formos para Viena resgatar sua família, darei um fim na existência de Klaus Wolff com um tiro naquele peito maldito dele! - exclamou o criado homossexual tirando o patrão da janela e mostrando a pistola que carregava consigo.
Raven acalmou-se e acompanhava o criado, quando ambos viram o morto se mexer debaixo da mortalha branca e imensa e levantar-se, dando um susto neles e, já ressuscitado, descobriu-se da mortalha coberto de sangue, o que deixou os dois ainda mais apavorados do que estavam.
- Meu Deus, o que foi que fiz?! Por favor, meu amigo, dá-me tua pistola, eu quero atirar contra meu peito se tiver que conviver com isto me atormentando! - gritou Raven abraçado ao criado e desejando apenas a morte.
- De nada vai adiantar patrão, esta coisa vai ficar viva querendo nós ou não, lembra-te de que tua família, que considero como minha também, está correndo perigo porque não sabemos do que aquele Wolff maldito é capaz e o pior é que não sabemos o motivo dele ter nos pedido isso - falou o criado na tentativa de acalmar Christopher.
O vampiro já acordado olhou para os dois e sorriu cordialmente de modo sinistro.
Agora Raven e Bernard não sabiam o que fazer, pois tudo podia acontecer quando se tratava de um ser como Karnstein.